Pela força da palavra tamo aí 
 Representando todas as raízes que foram cortadas 
 Todas as raças que foram subjugadas 
 E lembrando que nós somos uma só raça 
 Tamo nesse mundo pra isso 
 Revolucionar, soltar as amarras 
 Pela força da palavras estamos aqui 
 Relembrando nossas raízes 
 Salve Selva, DL, Miragem 
    O suor que escorre na testa do preto é a lágrima de ódio que não cai 
 E os olhos da cor de sangue não diz pra onde esse preto vai 
 Mais um carrinho de mão de morro acima as forças dos Orixás 
 Preto forte é o quilombo que faz 
 Esse é o refúgio, é o colégio do chão de barro 
 Onde eu cresci, meu avô morreu, sempre foi assim 
 Eu já apanhei, meu pai apanhou, deu rasteira em homem branco e fugiu 
 Aqui só querem minha força de trabalho 
 Me sugar, secar, me roubar 
 Mas querem que eu esteja vivo 
 Pra que lhes mantenha rico 
 Preto não teme a chibata 
 O preto teme um dia não ter força pra que possa enfrentá-la 
 O preto já nasce cascudo 
 As marcas na minha pele é a ganância do mundo que me invalidou 
 Depende de mim tirar meu valor, levar meu dim-dim 
 Aqui é meu lugar, eu já me acostumei assim 
 Desordem e regresso 
 Meu quilombo é o que eu tenho por mim   
 Sinto um vazio no peito 
 O berimbau vem me ajudar   
 O suor desce do rosto, o sol racha a brasilite 
 Os barraco em cima um do outro são quilombos de tijolo 
 Fecha as porta da senzala, chega da dor da chibata 
 Pra que corrente nos pés? Quero ouro no meu pescoço 
 Nascemos de um ventre livre, sobreviventes do aborto 
 Meu pai foi escravo do crime, eu nem sequer vi seu rosto 
 Minha mãe uma humilde mucamba de um sinhozinho escroto 
 Que tentava abusar dela quando eu era mais garoto 
 Eu tomo cuidado capitão do mato vindo no meu páreo junto com polícia 
 Passeando na praça com a mesma farda e à dois mil anos mataram Messias 
 Se o governo lavou suas mão, mas nomeou o Capitão Matias 
 Que a menorzada da revolução formaram suas cartas de alforria 
 Melhores dias pra periferia eu te peço Senhor 
 Pois sei que ama homem humilde não importa a sua cor 
 Tudo que a gente tinha a chuva forte levou 
 Em meio ao barro e ao lodo ervas daninha brotou 
 Porque meu sangue é Zumbi, daqueles que nunca morre 
 E o meu clã vem da guerra, dos neguinho que não corre 
 Nosso jogo é capoeira, dar rasteira na morte 
 Pois quem vigia o quilombo é aquele que nunca dorme   
 Sinto um vazio no peito 
 O berimbau vem me ajudar   
 O passado late, Kurumin borda tênis da Nike 
 Capitão do mato, mais um tiro é disparado (Pa!) 
 O passado late, Kurumin rouba tênis da Nike 
 Capitão do mato, hoje chega com mandato