Águas que transcendem
 
 Despretensiosamente
 
 E a Courana a se revelar
 
 Gotas vem do céu do seu olhar
 
 Memórias se perderam em ritual
 
  
  Renasce a negra flor, perfume abrasador
 
 Que desaguou no cais do Rio, o mar da vinda
 
 Infinda Peregrinação, devassidão, inocência perdida
 
 Das Minas, a ganância do poder
 
 Levou o ser do amor às cinzas
  
 
 Em mãos caridosas louvei Maria!
 
 Ah eu louvei Maria!
 
 Feiticeira, encarnada, a beata das brasas
 
 Quando passa em vermelho é um furacão
 
 Em branco é a luz do dia
 
 Nossa bateria em santa comunhão
  
 
 Entre contas se debulhar
 
 Entre anjos, premonições
 
 Possuída com o dom ensinar
 
 Materializou a preta letra cor
 
 Cultuando a sabedoria
  
 
 A dinastia dos seus ancestrais
 
 Vidências temporais
 
 Que a própria imagem revelou
 
 Num turbilhão de fé que volta a brilhar
 
 No altar das multidões
 
 O povo a te aclamar
  
 
 Olha a Viradouro chegando
 
 Prepare o seu coração
 
 Sei que toda Rosa tem espinho
 
 Mas entrego meu caminho em suas mãos
 
 Rogo que abençoada seja
 
 Minha escola em sua devoção