Sou crente caboclo. Nasci no sertão
 
 Fiz muito roçado. Eu fui criado lavrando o chão
 
 Moro na cidade, mas meu coração
 
 Carrega consigo sensibilismo da tradição
 
 Nossa moradia era um ranchão
 
 Coberto de palha, cercado de vara, piso de chão
 
 Sanfoninha velha e um violão
 
 Ao som da viola era só glória
 
 Tempinho bom!
 
  
  Lá no meu sertão não tinha energia
 
 A iluminação era lampião ou com lamparina
 
 Água lá da bica a gente bebia
 
 Pra nosso sustento o alimento a gente colhia
 
 O gás de cozinha nós não conhecia
 
 No fogão caipira a cambuquira a mãe fazia
 
 Não estou fazendo uma alegoria
 
 Pode crer em mim, era bem assim que a gente vivia
  
 
 No tempo de dantes a gente vivia
 
 A simplicidade, a humildade daqueles dias
 
 A tal violência a gente não via
 
 A educação na primeira mão a gente aprendia
 
 Estou recordando da nossa igrejinha
 
 Quantas pregações, cheias de unção a gente ouvia
 
 Não perdia os cultos e nem as vigílias
 
 Só no pesamento revivo os momentos daqueles dias
 
 Só no pensamento revivo o momento daqueles dias