Dura rotina de trabalhador
Onde o cantar do galo
Já virou o despertador
Para a vida de vassalo
Que ele encara todo dia
E tem como garantia
Na mão um novo calo
Vida de nego nunca foi fácil
Queimado, amassado e pisado
Roda da vida no trecho asfaltado
Preto adiante tapando buraco
Faça chuva ou faça Sol
Não conhece tempo ruim
Na neblina baixa o farol
Segue em frente até o fim
Da curva sinuosa
Por sinal perigosa
Igual sina de pretim
Vida de nego nunca foi fácil
Queimado, amassado e pisado
Roda da vida no trecho asfaltado
Preto adiante tapando buraco
O patrão ao preto impõe
Longa jornada, pouco descanso
Defasado salário nunca tem avanço
Chamam de gato, mas é porco manso
Fez um trato que a cada quinzena
O preto vá em casa ver a morena
E pro bacuri levar caixa de maisena
Vida de nego nunca foi fácil
Queimado, amassado e pisado
Roda da vida no trecho asfaltado
Preto adiante tapando buraco