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Carlos Eduardo Taddeo - Mês de Maio
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Carlos Eduardo Taddeo - A Lágrima da Rosa
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Carlos Eduardo Taddeo - Democracia Racial de Sangue
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Carlos Eduardo Taddeo - Depósito dos Rejeitados
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Carlos Eduardo Taddeo - Substância Venenosa
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Carlos Eduardo Taddeo - Eu Acredito
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Carlos Eduardo Taddeo - Traidor
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Carlos Eduardo Taddeo - Estamos Mortos
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Carlos Eduardo Taddeo - Don Corleone do Gueto
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Carlos Eduardo Taddeo - Sentença Capital
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Carlos Eduardo Taddeo - A Mesa de Autópsia
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Carlos Eduardo Taddeo - Anjos Violentados
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Carlos Eduardo Taddeo - Morreria Feliz
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Carlos Eduardo Taddeo - Senhor Candidato
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Carlos Eduardo Taddeo - Balas Endereçadas
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Carlos Eduardo Taddeo - O Necrotério Dos Vivos
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Carlos Eduardo Taddeo - A Era das Chacinas
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Carlos Eduardo Taddeo - A Fantástica Fábrica de Cadáver
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Carlos Eduardo Taddeo - Abc do Feminicídio
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Carlos Eduardo Taddeo - 1000 Graus Centígrados
- 21
Carlos Eduardo Taddeo - Cadê o Sensacionalismo
- 22
Carlos Eduardo Taddeo - Rap Ostentação
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Carlos Eduardo Taddeo - Recaída
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Carlos Eduardo Taddeo - 2025
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Carlos Eduardo Taddeo - Não Sou Um de Vocês
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Carlos Eduardo Taddeo - Aprendendo Com Os Corpos Desfigurados
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Carlos Eduardo Taddeo - Perdoar Nunca, Esquecer Jamais
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Carlos Eduardo Taddeo - Prisão do Remorso
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Carlos Eduardo Taddeo - Sob o Signo do Medo
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Carlos Eduardo Taddeo - Brilho Esfacelado
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Carlos Eduardo Taddeo - Endereçado À Sociedade
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Carlos Eduardo Taddeo - O Preço da Traição
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Carlos Eduardo Taddeo - Império Dos Ossos
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Carlos Eduardo Taddeo - Morra de Pé Não Viva de Joelhos
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Carlos Eduardo Taddeo - O Mal Sempre Vence
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Carlos Eduardo Taddeo - Não Vou Me Omitir
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Carlos Eduardo Taddeo - Os Cravos do Holocausto
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Carlos Eduardo Taddeo - Quero a Igualdade
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Carlos Eduardo Taddeo - Regime Disciplinar Diferenciado
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Carlos Eduardo Taddeo - 24 Horas Sem Velório
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Carlos Eduardo Taddeo - Dossiê
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Carlos Eduardo Taddeo - Falando de Amor
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Carlos Eduardo Taddeo - Os 13
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Carlos Eduardo Taddeo - Parque Dos Monstros
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Carlos Eduardo Taddeo - As Vozes da Estatística
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Carlos Eduardo Taddeo - Inferno Na Torre
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Carlos Eduardo Taddeo - Não Existem Civis
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Carlos Eduardo Taddeo - Paz Impossível
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Carlos Eduardo Taddeo - Que Pena Pai
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Carlos Eduardo Taddeo - A Mão Que Assalta o Berço
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Carlos Eduardo Taddeo - Entre o Paraíso e o Purgatório
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Carlos Eduardo Taddeo - Manicômio Judiciário
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Carlos Eduardo Taddeo - Órfão
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Carlos Eduardo Taddeo - Transe Hipnótico
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Carlos Eduardo Taddeo - A Voz Que Vem Das Ruas (part. Nego Mola)
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Carlos Eduardo Taddeo - Finalização: Viver É Revolucionar
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Carlos Eduardo Taddeo - Playground do Diabo
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Carlos Eduardo Taddeo - Por Trás do Cartão Postal
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Carlos Eduardo Taddeo - Recomeçar
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Carlos Eduardo Taddeo - Auto Sabotagem (part. Karol Kolombiana)
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Carlos Eduardo Taddeo - Banco Dos Réus
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Carlos Eduardo Taddeo - Buscando o Que É Meu Por Direito
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Carlos Eduardo Taddeo - De Homem Pra Homem
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Carlos Eduardo Taddeo - Desde o Ventre Materno
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Carlos Eduardo Taddeo - A Linha de Produção
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Carlos Eduardo Taddeo - O Fugitivo
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Carlos Eduardo Taddeo - Os Inimigos Não Tiram Férias
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Carlos Eduardo Taddeo - Sociedade dos Homens Invisíveis
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Carlos Eduardo Taddeo - Conzpirasom (part. Trilha Sonora do Gueto e Ferréz)
- 70
Carlos Eduardo Taddeo - Estado Islâmico Pro Estado (part. Ordem Própria)
Prisão do Remorso
Carlos Eduardo Taddeo
Mandei um adolescente pra pinça óssea, pra tanatopraxia
Sangue trocado por glicerina, maquiagem pra cadáver
Por uma merda de um Samsung J7 Prime
Anunciei o assalto no ponto, correu como reação
Não quis perder o bem que tava pagando prestação
Me senti tirado, atirei pelas costas, vi que faleceu
Virei um covarde que matou alguém com padrão de vida igual o meu
Fiz uma mãe pobre como a minha, aos prantos, desmaiar
Porque queria colar no fluxo com as minas, pra gastar
Na adrenalina, fugi, me sentindo o bandidão
Colei no bar contando vantagem: Reagiu, derrubei o cuzão!
Me gabava, quando começou a cobertura da mídia
Era um estudante, indo trampar pra ajudar no aluguel da família
Com a cocaína nos neurônios, fazia sentido
Mas, conforme o efeito foi passando, fui me vendo arrependido
Enquanto a Civil me identificava, ouvia meus parentes
A cena do BO me corroía, martelava minha mente
Que merda que eu fiz? Com tanto banco, hotel granfino
Fui escolher um da minha classe pra meter um latrocínio
Polícia invadindo a quebrada, tentando me encontrar
Cobertura intensa da imprensa, resolvi me entregar
Fui motivado, não pelo cerco dos porcos
Mas porque já estava tirando perpétua na prisão do remorso
Sou réu confesso, apertei o gatilho
Cego, desorientado, fui fantoche do rico
Por derramar o sangue de um dos nossos
Mereço perpétua na prisão do remorso
Sou réu confesso, apertei o gatilho
Cego, desorientado, fui fantoche do rico
Por derramar o sangue de um dos nossos
Mereço perpétua na prisão do remorso
Olha nós roubando mercadinho da quebrada
Que montaram com FGTS, pra não ouvir ordem da playboyzada
Dando coronhada, cessando sinais vitais
Pra pegar no caixa e pôr no bolso 150 reais
Mó erro esperar o semelhante abrir o portão
Pra enquadrar e depenar casa em zona de exclusão
Sei que o Estado põe na nossa mão a arma
Mas arrastão no trem, no busão, pra mim, é mó mancada
Lembre que é do seu povo, a tia indo pro emprego
Que você pede bolsa, brinco, arranca a aliança do dedo
Tem cadeia que até já deram o aviso
Ladrão de fita sem futuro aqui não tem vaga, é proibido
Na cela superlotada, toda noite um pesadelo
A vontade do suicídio rondava o tempo inteiro
No bonde indo pro julgamento, o que me afligia
Era sentar no banco dos réus e encarar a família
Entre lágrimas, ouvi o veredito
Que doeu menos que os gritos de: Assassino! Assassino!
Sabia que era '20' pela campanha Band e Globo
Motivo torpe, matei e nem levei o produto do roubo
Vi o retrato do menino na mão dos parentes
Tinha 17, uma vida inteira pela frente
Por ter posto seu nome no atestado de óbito
Vou cumprir pena pra sempre, na prisão do remorso
Sou réu confesso, apertei o gatilho
Cego, desorientado, fui fantoche do rico
Por derramar o sangue de um dos nossos
Mereço perpétua na prisão do remorso
Sou réu confesso, apertei o gatilho
Cego, desorientado, fui fantoche do rico
Por derramar o sangue de um dos nossos
Mereço perpétua na prisão do remorso
Sistema quer nossa inteligência pondo na mira
A CG de leilão do entregador da pizzaria
Quer nós contra nós, longe dos prédios do Morumbi
Pegando Gol bola do vizinho pra pôr em outro chassi
A escola que você invade pelo computador
É a única chance de vitória do sofredor
Pra ter uma creche na área demora décadas
E nós rouba o material didático, a brinquedoteca
Atitude é túnel que vai pra tesouraria
Não ajudar idoso no banco, pra catar a aposentadoria
Toda vez que sacamos revólver pra um favelado
Quem promete a pena capital, se elege como o mais votado
Nervoso, vou trombar a mãe da vítima
Aceitou participar da justiça reparativa
No dia, não olhei nos olhos, tava envergonhado
Chorando, falei o quanto queria voltar no passado
Não acreditei quando ela segurou minha mão
Em vez de ofensas, disse: Você tem meu perdão!
Voltei pra sala desconcertado, com um certo alívio
Juro, nem eu perdoaria o assassino do meu filho
Fomos todos destruídos pelo plano político
Que me pôs no crime, me fez apertar o gatilho
Deixou de um lado, entes matando saudades com foto
E de outro, um eterno matriculado na prisão do remorso
Sou réu confesso, apertei o gatilho
Cego, desorientado, fui fantoche do rico
Por derramar o sangue de um dos nossos
Mereço perpétua na prisão do remorso
Sou réu confesso, apertei o gatilho
Cego, desorientado, fui fantoche do rico
Por derramar o sangue de um dos nossos
Mereço perpétua na prisão do remorso