Até que a voz desapareça
E o teu peito não aqueça
Quando eu lá pousar por fim
Ou que me faltem as palavras
Que se tornem tão amargas
Que te afastarão de mim
Até que o Sol se afunde ao fundo
Possa acabar o mundo
Até que a terra se desmonte
Ou que a manhã incendeie
Tudo quanto eu semeio
E veja a tristeza de fronte
Até que me desmintam velhas
Veja a luz bater nas telhas
Até que eu não me seja nada
E que o fim seja vizinho
Não reste nem mais carinho
Pra afagar a madrugada
Juro, hei de arranjar forma
Hei de reescrever a norma
Hei de gritar contra o vento
Que desde que foste embora
Só vejo chuva lá fora
Todo o céu é meu lamento
Que desde que foste embora
Só vejo chuva lá fora
Todo o céu é meu lamento
Que desde que foste embora
Só vejo chuva lá fora
Todo o céu é meu lamento