Grito do Pampa, da terra e do mato
Venho do tempo da primeira Lua
Espalho cinzas do fogão charrua
Aqui suas brasas no Sol maragato
Das sesmarias não me deram nada
E eu dei a vida pra guardar o solo
E a Pátria Grande, minha mãe sagrada
Nem teve tempo de me erguer no colo
Sou grito forte do campo largo
Sou doce amargo de vida e morte
Sou Vento Norte, na paz e guerra
Sou mar e serra, rio céu e campa
Sou casco e guampa, me chamo Terra
Grito do pampa, eu quero independência
E o meu direito de voltar à semente
Sou terra-berço da raíz da gente
E há tanta terra na minha Querência
Subo nas grimpas do galho mais alto
Bem na forquilha pra bolear o vento
Porque não quero no meu testamento
Filhos do campo pra lavrar asfalto
Sou grito forte do campo largo
Sou doce amargo de vida e morte
Sou Vento Norte, na paz e guerra
Sou mar e serra, rio céu e campa
Sou casco e guampa, me chamo Terra