Qualquer poema bom provém do amor
 
 Narcísico sei do que estou falando
 
 Porque os faço eu mesmo e uso a flor
 
 Da pele, das palavras mesmo quando
 
  
  Assino os heterônimos famosos
 
 Catulo, Caetano, Safo ou Fernando
 
 Falo por todos somos fabulosos
 
 Por sermos enquanto nos desejando
  
 
 Beijando o espelho d'água da linguagem
 
 Jamais tivemos mesmo outra mensagem
 
 Jamais adivinhando-se a arte imita
 
 A vida ou se a incita ou se é bobagem
  
 
 Desejamo-nos é a nossa desdita
 
 Pedindo nos demais que seja dita