17 anos e um 38
 
 17 anos e um 38
 
 17 anos e um 38
 
 17 anos e um 38
 
 17 anos e um 38
 
 17 anos e um 38
 
 Coyote nos beats
 
  
  Dez em sete manos, tenho vinte e oito
 
 Desde as sete tamo no corre do boldo
 
 Do Cabana ao Centro, mano, é tudo nosso
 
 Dos bacana ao sujo, mano, é nós de novo
 
 Investindo alto, lembrei Hamiltinho
 
 Dinheiro a gente não tira do banco
 
 O corre das notas lembra o Tibalzinho
 
 Dinheiro a gente só tira de branco
 
 As de 20 é a meta!
 
 Mano, nós tamo salvando as espécie, óh
 
 A flora especial, só cola louco, só cola no peso, óh
 
 Paga o preço, óh, mancada jamais, sem balangar beiço
 
 Pra não ficar feio, sô, pra mim são negócios manin, nada pessoal
 
 Filha da puta no tapa não morre
 
 Fala de mim, mas no corre ele corre
 
 Sei que ele corre, dá mole e não assume
 
 Me diz se isso é homem
 
 Por essas e outras questões, manin, que eu só queria ter
  
 
 17 anos e um 38, 17 anos e um 38
 
 17 anos e um 38, 17 anos e um 38
 
 17 anos e um 38, 17 anos e um 38
 
 17 anos e um 38, 17 anos e um 38
  
 
 Dezessete planos e um 38
 
 Me desculpa, mano, eu não sou herdeiro
 
 Dezessete manos querem me ver morto
 
 Quero ver qual mãe que vai chorar primeiro
 
 Dezessete anos e um 38, Fabrício, desculpa isso é discurso
 
 Não! Isso não é discurso!
 
 Discurso me lembra um velho russo ao falar de armas e maioridade num país sem norte, só polaridades
 
 Fato: Todo pobre já vai nascer preso
 
 E pra ser morto não existe idade
 
 E pra esses jovens militantes, estudantes, elegendo militares aos milhares
 
 Querem intervenção sem noção, imagine o que são idiotas se armarem com
  
 
 17 anos e um 38, 17 anos e um 38
 
 17 anos e um 38, 17 anos e um 38
 
 17 anos e um 38, 17 anos e um 38
 
 17 anos e um 38, 17 anos e um 38
  
 
 Um dia numa festa de branco
 
 Daquelas que sempre acaba em briga
 
 Uma estudante bem equivocada fez uma piada e me chamou de nigga
 
 No mínimo pensei: Mas que racista (Racista)
 
 Só depois tive certeza
 
 Quando a mina branca perguntou meu nome, de qual morro eu era e se eu tinha seda
 
 Quis zoar a patricinha, se eu fosse mais barbudo e empoderado
 
 Mas naquela mesa tão gentrificada meu lugar de fala era ficar calado
 
 E nessa um brother de dread e violão
 
 Chegou tocando um Legião
 
 Faroeste Caboclo, mais de sete minutos, mano, hoje eu só queria ter
  
 
 17 anos e um 38, 17 anos e um 38
 
 17 anos e um 38, 17 anos e um 38
 
 17 anos e um 38, 17 anos e um 38
 
 17 anos e um 38, 17 anos e um 38
  
 
 17 anos e um 38
 
 (É o sonho de todo vagabundo, né?)
 
 17 anos e um 38, 17 anos e um 38
 
 17 anos e um 38, 17 anos e um 38