Da cidade grande descendo o ribeirão
 
 Vem esgoto, vem espuma, sofre a população, adeus
 
 De garrafa pet sua casa entupiu
 
 Chora o ribeirinho que ninguém nunca ouviu, adeus
 
  
  Ele dizia: Que nesse mundo
 
 Leva vantagem quem acha que é sabido
 
 Mas lembre bem, pois nesse mundo
 
 Ninguém, ninguém, ninguém anda sozinho
  
 
 Segue o funeral da nossa natureza
 
 Morre o peixe que mal tinha nessa correnteza, adeus
 
 Olhando essa tristeza, morrendo de desgosto
 
 Pra que viver assim? É melhor ter nascido morto, adeus
  
 
 Ele dizia: Que nesse mundo
 
 Leva vantagem quem acha que é sabido
 
 Mas lembre bem, pois nesse mundo
 
 Ninguém, ninguém, ninguém anda sozinho