A lua na água da sarjeta / (Coro ao fundo:) “É você” No vapor do vinho uma silhueta / “É você” A pessoa mais linda da cidade / “É você” Beleza se vai com a idade “dizia você”
Foi há 3 dias ou 1 semana?! Eu disse: “Ô mana... Por que você assim se retalha? É sua mortalha Que você tece em suas veias” Você sorriu um sorriso de lágrimas, e murmurou: “Quero fingir ser gente”
Na agulha suja o seu tricô No copo sujo o meu ioiô
Não ví o tanto deste seu cansaço, vida bagaço! Tava naquelas num porre demais. Sinas fatais; e nós dois, presas de suas teias
No rosto frio um sorriso de lágrimas, me dizia “Eu já não estou doente”
Na agulha suja o seu tricô No copo sujo o meu ioiô
Sempre que sair a lua, depois da chuva, haverá poças na sarjeta A noite na cidade não escurece E este vinho-tintA que não me entorpece