Sempre sonhei em ser aristocrata, baby
Vender meu jogo em ouro e prata
Numa câmara real
Ser detestado pelas praças
Ter meu rosto servido às traças
Escarnecido e odiado pelo poviléu
Eu que dei as costas
Com as vísceras expostas
Para ver ferido o Sol
Ora choro ao ter o resultado
Feito cachorro abandonado
Nesta aposta contra Deus
Eu vou bebendo água da chuva
Carregando as pomas nuas
Pros quartos de motel
E nisto foram as minhas economias
Ouvindo, obrigado: Eu te amo!
E no radinho de pilha: Até uma outra vez!
É que eu deixei meu baby para transar a fama
Acabei transando a lama
E ela desapareceu
Foi vista em outra cama
Pra lá do Atacama
Com um antigo amante seu
Eu vou bebendo água da chuva
Me esgueirando pelas ruas
Floridas de arranha-céus
Não, não carrego mais comigo
Nem os meus motivos
Mas esta inveja contida de plebeu
Eu vou bebendo água da chuva
Carregando as pomas nuas
Pros quartos de motel
E nisto foram as minhas economias
Ouvindo, obrigado, Eu te amo!
E no radinho de pilha: Até uma outra vez!