Segura, segura, segura, segura
Isso é o Heraldo Júnior e Emanoel
Vambora
Sou um cavalo
Desprezado do patrão
Meu coxo não tem ração
Nem água para beber
Relincho por causa de uma coseira
Meu pelo só tem poeira
E de mim ninguém quer saber
E o culpado desse forró é meu tecladista
Alô Gledson Araújo, o homem é diferente
Eu novo era capa de revista
Fui o campeão na pista
Na corrida de mourão
Ganhei troféu de prata e ouro
Correndo atrás de touro
Dei medalha ao meu patrão
Depois de velho fui parar atrás da cancela
Venderam a minha cela
Meus arreios estão quebrados
Fiquei cego, não posso dar uma carreira
No limpo, na capoeira
Pra correr atrás de gado
Um dia tava gemendo de dor
Meu dono era doutor
Nem um remédio me deu
Na hora minha dor aumentava
E eu de desgosto chorava
E ele nem me socorreu
Ô, meu patrão, sei que agora eu vou morrer
Pra urubu não me comer, nem me rasgar de beliscão
Não jogue minha carcaça no pasto
Na terra que eu fiz meu rastro
Pra secar em cima do chão
Não jogue minha carcaça no pasto
Na terra que eu fiz meu rastro
Pra secar em cima do chão
