Eu queria ser o Mar de altivo porte
Que ri e canta, a vastidão imensa!
Eu queria ser a Pedra que não pensa
A pedra do caminho, rude e forte!
Mas o Mar também chora de tristeza
As árvores também, como quem reza
Abrem, aos Céus, os braços, como um crente!
Eu queria ser o Sol, a luz imensa
O bem do que é humilde e não tem sorte!
Eu queria ser a árvore tosca e densa
Que ri do mundo vão e até a morte!
E o Sol altivo e forte, ao fim de um dia
Tem lágrimas de sangue na agonia!
E as Pedras, essas, pisa-as toda a gente!