O dia morre ciscando, 
 
 pedaços de sóis brilhantes,
 
 como estrelas cintilantes, 
 
 vão se grudando no céu,
 
 grande poncho, negro véu, 
 
 a proteger caminhantes.
 
  
  Vem a noite e mil sinfonias, 
 
 com milongas e payadas,
 
 noite de glórias passadas 
 
 no extertor de minuanos,
 
 noite xucra dos anos, 
 
 a cruzar em disparadas.
  
 
 Noite negra de assombros, 
 
 de mistérios e de dores,
 
 se embretando em corredores, 
 
 num versejar de segredos,
 
 noite cheia de medos, 
 
 noite de mil amores.
  
 
 Noite onde o vento canta, 
 
 guitarreando em alambrados,
 
 como a chamar o passado 
 
 que vem proseando e se vai,
 
 noite, que se espalha faceira, 
 
 nas aguas matreiras, do rio Uruguai.