O cinema falado é o grande culpado da transformação 
 Dessa gente que sente que um barracão prende mais que o xadrez 
 Lá no morro, seu eu fizer uma falseta 
 A Risoleta desiste logo do francês e do Inglês 
 A gíria que o nosso morro criou 
 Bem cedo a cidade aceitou e usou 
 Mais tarde o malandro deixou de sambar, dando pinote 
 Na gafieira dançar o Fox-Trote 
 Essa gente hoje em dia que tem a mania da exibição 
 Não entende que o samba não tem tradução no idioma francês 
 Tudo aquilo que o malandro pronuncia 
 Com voz macia é brasileiro, já passou de português 
 Amor lá no morro é amor pra chuchu 
 As rimas do samba não são I love you 
 E esse negócio de alô, alô boy e alô Johnny 
 Só pode ser conversa de telefone