Vinha voltando da esquila 
 Onde fui ganhar os pila lá prás bandas da fronteira 
 Ouvi um bufido de gaita eo cantar de um índio taita no coice de uma vaneira 
 Fui entrando de carancho 
 Ergui meu pala no gancho e enfiei o mango na faca 
 (Num baile da bossoroca) 
 (Fiquei chuleando na toca como quem tentea paca) 
    Pra duas eu dei porteira 
 Mas quando veio a terceira eu já tava prevenido 
 E num xote puladinho 
 Acomodei meu focinho em frente do pé do ouvido 
 A chinoca suspirava e na vaneira corcoveava pois no amor sempre dei sorte 
 (Era a filha da lúzia) 
 (Linda pra tira uma cria com um índio assim do meu porte)   
 Eu me grudei na pinguancha 
 Que já foi pedindo cancha pra um achego mais fogoso 
 E lá num canto da sala eu chamava ela na fala ajeitando a flor do tôso 
 Não dei vasa pro cansaço 
 Juntava firme no braço aquele naco de gente 
 (Pra mim que sou um índio grosso) 
 (Até na tábua do pescoço eu chairo a ponta do dente)   
 Passemo a noite tenteando eo gaiteiro cochilando e ás vezes quase caia 
 Fiquei num canto do salão tapadito de paixão pela morena da luzia 
 Quando a noite foi embora 
 Agarrei estrada a fora lá pra estância da porqueta 
 (Com o lenço todo molhado e um peito machucado rasgado a bico de teta)