Nãããããããoooooooo! Não
 
 Veio a São Paulo à procura de sucesso
 
 Sonhos desabados na cidade do progresso 
 
 Pobre Urinaldo que vida haja lenha
 
 Tem 6 filhos e a mulher ainda esta prenha
 
 Cinco da manhã, o desespero, trem lotado!
 
 Sente na sua bunda, o pau duro de um tarado!
 
 E na sua cara o sovaco de um negão!
 
 Anda bicheira, chega logo na estação.
 
 Não Urinaldo, não, não!
 
 Urinaldo, não, não! 
 
 Hora do almoço, a barriga ta roncando
 
 Corre Urinaldo, "cê" ta quase desmaiando
 
 Puta urucubaca, que porra de zica
 
 Pois lhe deram um bonde e levaram a marmita
 
 Todo o dia cinco é aquela baixaria
 
 Pois no hollerith vem aquela mixaria
 
 Como viver? Oh Deus! Como posso?
 
 Levar essa vida, com salário de fome!
 
 Não Urinaldo, não, não!
 
 Urinaldo, não, não!