O rio, a rata É por minha mãe que hoje Tiro de mim todos os carrapatos
Respire fundo Que não te importe a sarjeta Este mundo é perfeito Dê, dê, dê Batatinhas para a lata Se não você mesmo Me diz quem te amarra
Para fora as cores A gravata Reclamar e bisbilhotar Não adianta nada pra você
Como substitutos No ultramarino A este mundo viemos Sim, mas o que fizemos?
O medíocre justifica Ao divino E o que eu digo para a vovó? Que fecharam as escolas?
Monto um cavalo sem esporas Ele me deixa montá-lo Porque eu o trato bem
Já faz tempo Que desapareceram as boas maneiras Os modelos a seguir São quatro retardados
E ainda somos irmãos Eu não vou chorar Porque assim não se consegue nada E eu sou caprichosa Quero chegar no meu barraco E ter água (água)
Qual é a sua guerra? Se você morrer, te enterram A cantiga que eu canto Me inspira a névoa Sobre a terra
Que me cortem a cabeça Se ela não funcionar pra mim Quantos restam em você? Diz, oito neurônios? Plasma, Benz, Hilfiger E outros desejos Já os vejo Transformados em palha Farrapos com esses restos Nos ombros Homens e mulheres Enganados Comendo a porção toda Com uma mordida Sob o sol somos os mesmos
E se não ficamos pelados E se não dançamos E se não comemos E se não rimos E se não transamos E se não cagamos Em que nos diferenciamos? Em que nos parecemos? Por que nos matamos?
Por que está com sede? Por quê? Se temos água Não damos água a eles Eles são apenas crianças O presidente desgraçado Está lá Por que votamos nele?
Abro a janela Eu sinto o ar movendo meus galhos Meu mundo está tocando a membrana O que se vendeu mais barato, o Jako ou a maçã?
Qualquer um pode me amar Qualquer um pode me matar Qualquer um pode me sentenciar Mas quem me liberta?