Nós temos vidas monótonas. Nada no coração, nada nas mãos.
Como não dizemos nada a ninguém, ninguém nos diz nada.
Nós temos vidas monótonas. Casas vazias e fechadas,
Portas pesadas e blindadas que jamais abrirão à ninguém
Mas como temos que viver, sentarmos-nos com os mesmos convivas,
Não é a festa que pensávamos, não há fogos, não há vinho, não há sorvete
Tem mais é de tirar a toalha de mesa por si, continuar cada um por si
Nós temos vidas monótonas. Nada no coração, nada nas mãos.
Como não esperamos nada de ninguém, ninguém mais nos dá respostas.
Nós temos vidas monótonas, cercadas de homens e cães
Aqueles que comem em nossas mãos, são aqueles que abandonamos.
Mas como temos que viver, esta noite, com o mesmo conviva
Não é a festa que pensávamos, para onde foram as luzes que brilhavam?
Tem mais é de tirar a toalha de mesa por si, continuar cada um por si
Nós temos vidas sem misturas, que derivarão em pedaços
Retas e duras como uma prancha em um oceano de pobreza
Mas como temos que viver, sentarmos-nos com os mesmos convivas,
Não é a festa que pensávamos, não há fogos, não há vinho, não há sorvete,
Tem mais é de tirar a toalha de mesa por si, continuar cada um por si.