- 1
Luiz Gonzaga - Vira E Mexe
- 2
Luiz Gonzaga - Dança, Mariquinha
- 3
Luiz Gonzaga - No Meu Pé de Serra
- 4
Luiz Gonzaga - Asa Branca
- 5
Luiz Gonzaga - Vem Morena
- 6
Luiz Gonzaga - Baião
- 7
Luiz Gonzaga - Forró de Mané Vito
- 8
Luiz Gonzaga - Juazeiro
- 9
Luiz Gonzaga - Légua Tirana
- 10
Luiz Gonzaga - Boiadeiro
- 11
Luiz Gonzaga - Cintura Fina
- 12
Luiz Gonzaga - No Ceará Não Tem Disso Não
- 13
Luiz Gonzaga - A Volta da Asa Branca
- 14
Luiz Gonzaga - Que Nem Jiló
- 15
Luiz Gonzaga - Assum Preto
- 16
Luiz Gonzaga - Respeita Januário
- 17
Luiz Gonzaga - Paraíba
- 18
Luiz Gonzaga - A Dança da Moda
- 19
Luiz Gonzaga - Estrada de Canindé
- 20
Luiz Gonzaga - Xandúzinha
- 21
Luiz Gonzaga - Sabiá
- 22
Luiz Gonzaga - Olha Pro Céu
- 23
Luiz Gonzaga - Acauã
- 24
Luiz Gonzaga - Pau de Arara
- 25
Luiz Gonzaga - Baião da Garoa
- 26
Luiz Gonzaga - Imbalança
- 27
Luiz Gonzaga - São João Na Roça
- 28
Luiz Gonzaga - São João do Carneirinho
- 29
Luiz Gonzaga - Treze de Dezembro
- 30
Luiz Gonzaga - O Xote Das Meninas
- 31
Luiz Gonzaga - ABC do Sertão
- 32
Luiz Gonzaga - Vozes da Seca
- 33
Luiz Gonzaga - Noites Brasileiras
- 34
Luiz Gonzaga - Riacho do Navio
- 35
Luiz Gonzaga - Forró no Escuro
- 36
Luiz Gonzaga - A Feira de Caruaru
- 37
Luiz Gonzaga - Serrote Agudo
- 38
Luiz Gonzaga - A Morte do Vaqueiro
- 39
Luiz Gonzaga - A Triste Partida
- 40
Luiz Gonzaga - Cacimba Nova
- 41
Luiz Gonzaga - Sanfona do Povo
- 42
Luiz Gonzaga - Piriri
- 43
Luiz Gonzaga - Óia Eu Aqui de Novo
- 44
Luiz Gonzaga - Meu Araripe
- 45
Luiz Gonzaga - Apologia Ao Jumento (O Jumento É Nosso Irmão)
- 46
Luiz Gonzaga - Ovo de Codorna
- 47
Luiz Gonzaga - Capim Novo
- 48
Luiz Gonzaga - A Vida de Viajante (part. Gonzaguinha)
- 49
Luiz Gonzaga - Obrigado João Paulo
- 50
Luiz Gonzaga - Luar do Sertão
- 51
Luiz Gonzaga - Depois da Derradeira
- 52
Luiz Gonzaga - Pense N'eu (part. Gonzaguinha)
- 53
Luiz Gonzaga - Danado de Bom
- 54
Luiz Gonzaga - Súplica Cearense
- 55
Luiz Gonzaga - Pagode Russo
- 56
Luiz Gonzaga - Sanfoninha Choradeira
- 57
Luiz Gonzaga - Forró Número 1
- 58
Luiz Gonzaga - Sanfoneiro Macho
- 59
Luiz Gonzaga - Forró de Cabo a Rabo
- 60
Luiz Gonzaga - Nem Se Despediu de Mim
Apologia Ao Jumento (O Jumento É Nosso Irmão)
Luiz Gonzaga
Essa história do sertão
Padre Vieira falou
Que o jumento é nosso irmão
Ão ão ão ão ão ão
O jumento é nosso irmão
Quer queira ou quer não!
O jumento sempre foi
O maior desenvolvimentista do sertão!
Ajudou o homem na lida diária
Ajudou o homem
Ajudou o Brasil a se desenvolver
Arrastou lenha
Madeira, pedra, cal, cimento, tijolo, telha
Fez açude, estrada de rodagem
Carregou água pra casa do homem
Fez a feira e serviu de montaria
O jumento é nosso irmão!
E o homem, em retribuição
O que é que lhe dá?
Castigo, pancada, pau nas pernas, pau no lombo
Pau no pescoço, pau na cara, nas orelhas
Ah, jumento é bom, o homem é mau!
E quando o pobre não aguenta mais o peso
De uma carga, e se deita no chão
Você pensa que o homem chega, ajuda
O bichinho se levantar? Hum...pois sim!
Faz é um foguinho debaixo do rabo dele
O jumento é bom
O jumento é sagrado
O homem é mau
O homem só presta pra botar apelido no jumento
O pobrezinho tem apelido que não acaba mais
Babau, Gangão, Breguesso, Fofarkichão
Imagem do Cão, Musgueiro, Corneteiro, Seresteiro
Sineiro, Relógio... É, ele dá a hora certa no sertão
Tudo isso é apelido que o Jumento tem
Astronauta, Professor, Estudante
Advogado das Bestas
É chamado de Estudante
Porque quando o estudante não sabe a lição da escola
O professor grita logo
Você não sabe porque você é um jumento!
E o estudante, pra se vingar
Botou o apelido no jumento de professor
Porque o professor ensina a ler de graça. Pois sim!
Quem ensina a ler de graça é o jumento, meu filho
É assim
A! E! I! O! U! U!
Ypsilone, ypsilone
Ypsilone, ypsilone
Ypsilone, ypsilone
Só não aprende a ler quem não quer!
Esse é o jumento, nosso irmão
Animal sagrado!
Serviu de transporte de Nosso Senhor
Quando ele ia para o Egito
Quando Nosso Senhor era pirritotinho
Todo jumento tem uma cruz nas costas, num tem?
Pode olhar que tem
Todo jumento tem uma cruz nas costas
Foi ali que o menino santo fez um pipizinho
Por isso ele é chamado de sagrado
Ha ha, jumento meu irmão
O maior amigo do sertão!
Ele é cheio de presepada, sim senhor
Uma vez ele me fez uma, menino
Que eu não me esqueci mais
Quando dá as primeira chuva no sertão
A gente planta logo um milhozinho
No monturo da casa da gente
Porque dá ligeiro e é milho doce
Dá ligeirinho, ligeirinho!
O jumento cismou de ser meu sócio!
Eu disse: Eu pego ele!
Quando ele invadiu minha roça...he
Eu preparei uma armadilha, cheguei perto dele e disse
Comendo meu milho, hein! Vou lhe pegar!
Ele balançou a cabeça, ligou as atenas
Troceu o rabo, troceu, troceu, troceu
Deu corda e disparou!
Deu um pulo tão danado na cerca
Que nem triscou na minha armadilha
Correu uns 10 metros, fez meia volta
Olhou pra mim e me gozou
Seu Luiz! Seu Luiz! Comi seu milho!
E como! E como! E como! E como!
Filho da peste! Comeu mesmo!
Mas eu gosto dele
Porque ele é servidorzinho que é danado!
Animal sagrado!
Jumento, meu irmão, eu reconheço teu valor!
Tu és um patriota! Tu és um grande brasileiro!
Eu tô aqui, jumento, pra reconhecer o teu valor, meu irmão
Agora, meu patriota, em nome do meu sertão
Acompanho o seu vigário, nesta eterna gratidão
Aceita nossa homenagem
Ó jumento, nosso irmão, ão, ão, ão, ão, ão, ão