Na minha rua tem uma vizinha 
 É a rainha do mexido e do fuxico 
 Onde ela chega todo mundo se cala 
 Só ela é que fala, só ela que abre o bico 
    Eu não suporto mais o jeito dela 
 Ela revela o terror do mexerico 
 Onde eu estou, se ela for chegando 
 Eu vou me retirando, juro que lá eu não fico   
 E continua naquela rua 
 Naquela rua o fuxico continua   
 Ela reclama, joga praga e xinga 
 A sua língua tem veneno demais 
 Até mesmo os vendedores de carnê 
 Já tiveram que correr e ela correu atrás   
 As pessoas que pregam religião 
 Lá no seu portão já não batem mais 
 Certo dia ela pegou um taquara 
 E quebrou na cara do entregador de gás   
 E continua naquela rua 
 Naquela rua o fuxico continua   
 Essa vizinha vive pra fazer intriga 
 Provoca briga, apanha e não recua 
 Certo dia ela brigou com um lixeiro 
 Foi um show verdadeiro lá naquela rua   
 O lixeiro já cansado do cochicho 
 Misturou ela no lixo e bateu na cara tua 
 Mesmo assim a fuxiqueira não se emenda 
 Ela veio de encomenda e o fuxico continua   
 E continua naquela rua 
 Naquela rua o fuxico continua