Problemas externos vivo 
 Sobre inferno piso 
 Friso o berro, erro, mas não encerro o riso 
 É disso que eu preciso 
 Eu cerro os dentes, fecho a cara e piso forte 
 Sempre viso o norte 
 Rio até da morte 
    Manga largas cansam 
 Enquanto o pangarés avançam precisos no trote 
 Cobras dão o bote 
 Obras sobre lotes, sobras sobre potes 
 Tu é fraco ou forte, essa escolha vai além do dote 
 Olha em volta e note 
 A vida é passaporte pra algo maior 
 Onde as chances dos africanos entrarem   
 É maior que a dos americanos sonharem 
 Seus planos de exploração sem dó 
 O corpo é pó, a alma é eterna 
 Dinheiro é só peso pras pernas 
 Vem das cavernas onde poucos habitaram 
 Ondes muitos questionaram 
 Onde loucos meditaram 
 Fiz valer a pena o peso que fiz na terra 
 O sangue que ainda pulsa, bussola contra a guerra 
 Vi que a vida é guerra 
 Com poucas verdades francas   
 E ganha o lado que levanta a primeira bandeira branca 
 Se a guerra é santa por motivos estúpidos 
 Eu percebi que a santidade não se encontra em púlpitos 
 São poucos lucitos e muitos súditos 
 Um sistema que 
 A vaidade transforma santos em corruptos 
 Fugi, cansei de procurar Deus a esmos 
 Encontrei Deus e o refugio que eu queria em mim mesmo 
 Sem torresmo, cachaça, churrasco 
 O prazer eterno real não se encontra em frasco 
 A vida é louca nego, e louco é que vive a vida   
 A eternidade já começou e o caminho é só de ida 
 E na batida do seu coração 
 Em meios as interrogações, paixões, lições, canções 
 Que surge as razões 
 Entre as decisões está o uso ou a abstinência ao ópio 
 Quem é você, que quer saber de tudo, 
 Conhecer o mundo, sem ter dado um passo pra dentro de si próprio?