Marcas do Tempo

Miguel Marques

Ficou um rastro de esperança
Na mansidão dos caminhos
A solidão das taperas
O arvoredo sozinho
Por onde ergui moradas
Ficou marcas de carinho

Restou sinal dos palanques
Onde atei meus parelheiros
E ranchos pelos esteios
Onde ergui meus aperos
É o tempo guardando marcas
No meu armorial campeiro

Meus olhos de olhar lonjuras
Se voltam para querência
Cantando clave de Lua
Guardando do campo a essência
Na paz da noite charrua
Adormecida de auséncia

De mim sobrarão recuerdos
De penas e campereadas
Um canto de amor ao pago
Pra cantar na madrugada
E alguns amores perdidos
Que em mim fizeram morada

As marcas do tempo antigo
Vão cinzelando as ausências
Mas quem tem alma de campo
Vence o rigor em clemência
Abrindo o poncho crioulo
Nos temporais da existência

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