Em Refrão Mudo Para Um Amanhecer Surdo
  Não foi possivel te perder
 
 Quando tão ilumindado
 
 Te encontrei
 
 Sem roupas sobre o pedestal...
 
 Passos curtos,
 
 Deixa escapar a fumaça pelas narinas
 
 Desprezo resvala por teu olhar
 
 Quando teu cuspe,
 
 Ah, é o que me resta
 
 E teu lado vazio da cama
 
 Grita e ressoa
 
 De modo tão divino, triste e ímpar.
 
 Ah, quem diria teus punhais
 
 Viriam firmes
 
 Para arrancar minhas asas.
 
 Intruso beijo que afaga
 
 Este corpo embriagado,
 
 Piedade,
 
 Não me proclama promessas...
 
 Pois sou fraco, tolo
 
 E tenho vício
 
 Em cravar nas palmas espinhos e
 
 Em deixar me usar
 
 Sem resistência.
 
 Ah, maldito seja
 
 Tal desejo vil por deixar me devorar
 
 E amanheçer assim,
 
 Com tanta culpa no olhar
 
 Por ter teu gosto nas roupas.
 
 Infausto demônio
 
 Que alimenta meu castigo.
 
  
  Ah, por que me chamas?
 
 Que prazer nefasto tens
 
 Em me ver rastejar
 
 E em saber que sempre vou
 
 Persistir meu "talvez"
 
 E me despir por teu prazer?
 
 É vício
 
 Mas é o que faz respirar
 
 Meu sangue.