Não faço promessa 
 Pois, pra pagar 
 É uma travessa homérica. 
 E minha pressa é matemática 
 Pois, minha prática é numérica. 
    Não ascendo vela 
 Pra iluminar 
 Minha mazela poética. 
 E mesmo rústica incita a pensar 
 E raramente se deixa enganar.   
 Não peço desculpa 
 Pra aliviar 
 A minha culpa atávica 
 E como um Judas me ponho a arrastar 
 A pena por não aprender a rezar.   
 É assim desde menino 
 Não consigo acreditar. 
 A fé me parece um desatino.   
 Mas, hoje o peso do fardo 
 Não consegui carregar 
 E é só por isso que estou pedindo.   
 Misericórdia Maria, misericórdia Maria 
 Misericórdia Maria, misericórdia.