Cheguei arrastando a espora e o salão tava lotado 
 Chapéu quebrado na testa e a velha gaita do lado 
 Ao perceber minha presença no palco fui convidado 
 Entrei fazendo zoeira toquei milonga e rancheira 
 E um vaneirão bem duetado. 
    Só a poeira que subia no abrir e fechar do fole 
 Madeira que era bruta acabou ficando mole 
 Quem se fazia de rei, esqueceu sua coroa 
 Foi saindo de fininho e além de perder o caminho 
 Ficou com cara de broa.   
 Quem nasceu pra ser artista não pode temer a nada 
 Nasci pra alegrar meu povo de voz e gaita afinada 
 Em cada fã um amigo, sempre fica uma saudade 
 Gosto daquilo que faço em todo lugar que passo 
 Deixo laços de amizade.