Empirimístico

Onagra Claudique

Vê se parece uma razão de ser
Apesar de todos os percalços que atravesso
Sei que ainda tenho lá meus predicados
Esperando pra nascer
Em papel ou em você

De fato eu preciso descobrir
Uma forma de viver
Um dia após o outro
Sem sofrer oscilações
Do sacro humor que rege a vida
E promove as decisões
Me diz qual é o segredo dos sensatos?

Quando estou de bem comigo eu deixo vir
O peso que se encosta em mim
Disfarço e saio bem na contramão

Caso não se faça aquilo que se quer
Na vida uma cadência torta
Vale o comodismo da ilusão

E eu que gostava do azar
Dizia me esquivar com graça dos buracos
Mas sempre me via num
Refutando o fardo que me cabe
Visitando os meu infernos
Ora sim e ora não

E hoje eu reconheço
Que meu descompasso
É fruto do que fui até aqui
Mas ainda tiro um riso fácil
Das situações mais adversas
E que talvez lidar com os impulsos do coração
Se torne uma contradição

Ontem você soía se exaltar
E desbocado fez calar até a mãe
E hoje na crista de qualquer distração
Invoca a teima mas vive na corda bamba

Falando pouco
Amando menos
Dizem ser louco
Talvez ingênuo

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