Vem chegando o bugio da campanha
 
 Estropiado da lida do dia
 
 Trabalhou que nem boi no arado
 
 Fez rodeio, marcou todo o gado
 
 De lambuja ainda fez a tosquia
 
 Domou potro solito no mais
 
 Castrou touro tal qual o monarca
 
 Quebrou o queixo do burro mais brabo
 
 Fez proezas no lombo do diabo
 
 E por birra deixou sua marca
 
  
  Seva o mate gaúcho, se apruma
 
 Faça espuma na taipa do verde
 
 Sirva logo esse baita bugio
 
 Que tá roxo de frio e babando de sede
  
 
 Recolheu trinta vacas de leite
 
 E por quebra fez toda a ordenha
 
 Se esquivando das unhas de gato
 
 Arrancou o touro alçado do mato
 
 Ainda trouxe três metros de lenha
 
 Quebrou sete quartas de milho
 
 E malhou umas dez de feijão
 
 Carneou rês para toda a peonada
 
 Fez charque, linguiça e rabada
 
 E do sebo um tonel de sabão
  
 
 Seva o mate gaúcho, se apruma
 
 Faça espuma na taipa do verde
 
 Sirva logo esse baita bugio
 
 Que tá roxo de frio e babando de sede
  
 
 Fisgou peixe no olho da fonte
 
 Fez espera pra bicho traiçoeiro
 
 Laçou veado no meio da grota
 
 Perdeu o salto e sola da bota
 
 Nas pegadas de um cusco ovelheiro
 
 Ajudou uma lebre a dar cria
 
 Amoitada nas margens do rio
 
 No arremate do mate suspira
 
 Quem disser que isso tudo é mentira
 
 Que duvide de um outro bugio
  
 
 Seva o mate gaúcho, se apruma
 
 Faça espuma na taipa do verde
 
 Sirva logo esse baita bugio
 
 Que tá roxo de frio e babando de sede
  
 
 Fisgou peixe no olho da fonte
 
 Fez espera pra bicho traiçoeiro
 
 Laçou veado no meio da grota
 
 Perdeu o salto e sola da bota
 
 Nas pegadas de um cusco ovelheiro
 
 Ajudou uma lebre a dar cria
 
 Amoitada nas margens do rio
 
 No arremate do mate suspira
 
 Quem disser que isso tudo é mentira
 
 Que duvide de um outro bugio