Me chego pro posto
 
 Do campo do fundo
 
 Mulher e surungo
 
 Me adoçam de gosto
 
  
  A entrada é dez pila
 
 Rodeio a guaiaca
 
 E o cabo da faca na luz se perfila
 
 Em baile de cobra
  
 
 Não vou sem porrete
 
 Que em baile e piquete
 
 Seus olhos desdobra
 
 Boteja rolhada deixei na macega
  
 
 E a canha me alegra
 
 Na quarta bicada
 
 Viola e cordeona
 
 Na luz do candeeiro
  
 
 E os zóio matreiro
 
 De uma querendona
 
 Não tenho sossego
 
 Num baile macota
 
 Fraqueio com as bota
  
 
 E balanço o pelego
 
 Se alguma pinguancha
 
 Me agarro em cambicho
 
 Me encurto e me espicho
  
 
 Na volta da cancha
 
 No chão da bailanta
 
 Eu cravo a coqueiro
 
 E neste terreiro
  
 
 Outro galo não canta
 
 E não canta mesmo
 
 Eu danço e balanço
 
 Na volta da faca
  
 
 Se um touro me ataca
 
 Termina boi manso
 
 Me vou as macegas
 
 Pra um último gole
  
 
 E o ronco do fole
 
 Num bufo se entrega
 
 A noite tá morta enquanto me vou
 
 A moça ficou me
 
 Bombeando da porta
  
 
 Lindaça e feliz parece um retrato
 
 Seu cheiro de extrato
 
 Me adoça o nariz