Às vezes sou Ana chorando às portas do templo 
 Um grito, um lamento abafado explodindo por dentro 
 Em outros Dalila sorrindo 
 Mentiras, manipulação 
 Que sem perceber só enganam de fato o meu triste coração 
 Só o meu coração feminino 
 Só o meu coração de mulher 
 Este meu coração tantas vezes sem fé 
    Tem dias que olho no espelho e me vejo Maria Querendo estar aos teus pés 
 E esquecer-me do dia 
 Em outros é Marta me olhando 
 Cobrando rigor, perfeição 
 Inconsistente, instável 
 O meu triste coração 
 Sempre assim coração pequenino 
 Frágil o meu coração de mulher 
 Esse meu coração que não perde a fé   
 Que o Senhor me entende e me abraça 
 E essa graça acalma a minha dor 
 Dor que é singular 
 Dor que é diferente, é da mulher   
 O Senhor que já me amava menina 
 Pequenina sonhando até 
 Em crescer e encontrar verdadeiro amor 
 Para o meu coração de mulher   
 Em outros momentos da vida eu sou Madalena 
 Dizendo: Eu vi O Senhor, tudo valeu a pena! 
 E a roda do mundo girando 
 Me torna uma mulher de Jó 
 Desacreditando da vida 
 Eu sou mesmo cinza e pó 
 Sou Raabe, Miriã, Bate Seba 
 Rute, Lídia e a mulher de Moisés 
 E a mulher pecadora beijando os teus pés   
 Mas sei que o Senhor me entende e me abraça 
 E essa graça acalma a minha dor 
 Dor que é singular, dor que é diferente, é da mulher   
 O Senhor que já me amava menina 
 Pequenina, sonhando até 
 Em crescer e encontrar verdadeiro amor 
 Para o meu coração de mulher