No bar, afogando em whisky a solidão
Um vazio pulsante no meu coração
Ela, costureira da minha dor tão cruel
Com linhas sutis, borda meu papel
Transferência de amor, perdida em suspiro
O recalque é a sombra que eu não consigo
No corte da agulha, o meu peito sangrou
Costurando pedaços que o tempo quebrou
Projetando nela tudo o que me falta
Nos seus dedos, vejo minha estrada tão alta
Mas na trama da vida, sou só pano rasgado
Que ela talvez cure ou deixe jogado
Transferência de amor, perdida em suspiro
O recalque é a sombra que eu não consigo
No corte da agulha, o meu peito sangrou
Costurando pedaços que o tempo quebrou
Entre o id e o ego, meu amor é conflito
Se Freud explicasse, seria bem mais bonito
Mas ela não vê, nesse bar tão sombrio
Que sou costura frágil, sem destino meu