1. 1

    Raimundo Ramos - Coió Sem Sorte

  2. 2

    Raimundo Ramos - 3%

  3. 3

    Raimundo Ramos - A Cozinheira

  4. 4

    Raimundo Ramos - A Engomadeira

  5. 5

    Raimundo Ramos - Aluá

  6. 6

    Raimundo Ramos - Atas

  7. 7

    Raimundo Ramos - Beber!

  8. 8

    Raimundo Ramos - Bonde

  9. 9

    Raimundo Ramos - Caboc’la

  10. 10

    Raimundo Ramos - Cangatys

  11. 11

    Raimundo Ramos - Cearenses (Parodia de Margarida Vai À Fonte)

  12. 12

    Raimundo Ramos - Concelhos Aos Moços

  13. 13

    Raimundo Ramos - Conselhos Aos Moços

  14. 14

    Raimundo Ramos - D’êstá! Não S’importe, Não

  15. 15

    Raimundo Ramos - De Menina À Velha

  16. 16

    Raimundo Ramos - Jogo Dos Bichos

  17. 17

    Raimundo Ramos - Mata-Pasto

  18. 18

    Raimundo Ramos - Meu Gosto

  19. 19

    Raimundo Ramos - Modernismo

  20. 20

    Raimundo Ramos - Mulata Cearense

  21. 21

    Raimundo Ramos - Não Faz Mal

  22. 22

    Raimundo Ramos - O Bonde e As Moças

  23. 23

    Raimundo Ramos - O Consulado da China

  24. 24

    Raimundo Ramos - O Diabo da Feia

  25. 25

    Raimundo Ramos - Os Ricos e Eu

  26. 26

    Raimundo Ramos - Passeio Público

  27. 27

    Raimundo Ramos - Passeio Público (Parte II & III)

  28. 28

    Raimundo Ramos - Pela Porta De Detrás

  29. 29

    Raimundo Ramos - Primeiro Amor

  30. 30

    Raimundo Ramos - Só Angu

E quem é que não bebe atualmente
Se é da elegância? Se é da educação?
Quem não bebe gelado, bebe quente
Para alegrar o frio coração!
Uns bebem só por causa da frieza
Outros bebem por causa do calor
E há quem beba por causa de tristeza
Ou, também, p’ra acabar o mal humor

Sei quem bebe porque sofre de azia
Outros que bebem muito por cansados
Ou por isto ou aquilo, todos bebem
E eu beberei também os meus bocados

E por que não? Se o modernismo manda
Que todo cidadão deve beber
Para evitar miasmas e micróbios
-Condutores da morte e do sofrer?

E quem a vida quer levar em gosos
E viver muito mais e divertido
Bebe, há tipos com mais de oitenta anos
Que mais de mil barris já têm bebido

Esses vadios que andam magros, tortos
Pelas ruas tremendo e trambecando
São idiotas, a tísica pagou-os
Porque não vão beber de quando em quando

As emulsões, os chás, os sinapismos
Xaropes, invenções do Zé-Urú
Não valem quanto vale um calistréte
Da branca, feita ponche com caju

Toma-se um cálix, dois, ou quatro, ou cinco
Ou mais, se a gente quer ou tem vontade
E em dois tempos, o mal foi-se, sumiu-se
E o cabra fica forte como um frade!

Noé, o patriarca, era um talento!
Era antigo e, contudo, conhecia
Que a bebida faz bem longa esta existência
E eis porque um bom trago ele bebia!
Depois que o Deus do céu deu-lhe licença
Para deixar a arca, uma semana
Ele a vide plantou e com o suco
De quando em vez tomava carraspana

Camões, Bocage e, finalmente, todos
Os talentos nas artes, na ciência
Adoradores foram do Deus Bacho
Do Deus que excite e eleva a inteligência!
E, portanto, censuras não removem
Meus modos de pensar e de querer
Arrede quem não pode! Eu vou passando
A branca dá-me vida! Hei de beber!

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