Eu conheço o silêncio dessas águas 
 seguindo murmurando em oração 
    Elas sabem ver o céu pelo avesso 
 refletindo lá no fundo a imensidão   
 Compreendi a lonjura do caminho 
 das canoas que navegam tanto   
 Aprendi a remar como quem voa 
 passarinho a procura do seu canto   
 E hoje em minha voz flutua 
 essa imagem tão bonita 
 que eu não vou calar jamais   
 É como as águas navegando a lua 
 banzeirando sua luz infinita 
 no rebojo que o remo faz