Eu continuo, avanço e não me silencio diante dos gritos 
 Dos maus, enquanto os bons se calam e recuam. 
 A violência ganhou destaque no início da humanidade e 
 O primeiro homicídio de história é registrado e é 
 Familiar. 
    Irmão mata irmão e só prosseguiu o regresso sem 
 Progresso nenhum, e hoje não é diferente. 
 Violentamente a violência invade os corações sem dó e 
 Com muita dor.   
 Eu continuo, participando da louca maratona diária em 
 Busca do justo, não do lucro e ganho que cansa o 
 Físico, abate o espírito, esquenta a mente, esfria o 
 Coração.   
 Até chegar na linha de chegada e subir num podium pra 
 Ter o troféu da aparente vitória. 
 Pessoas realizam o sonho da casa própria e vivem o 
 Pesadelo de não terem o próprio lar. 
 O homem até tem a sua mulher, mais não tem a sua 
 Esposa e vice versa.   
 Tem vitórias financeiras e derrotas na saúde e 
 Família. 
 Eu continuo, dizendo o que não querem escutar, e mesmo 
 Se fazendo de surdos ouvem de mim, dependência ou 
 Morte!   
 O bombardeio da sensualidade, pornografia e 
 Prostituição foi tão forte que atingiu o de menor ou 
 Melhor, pior, a criança que do colo da própria mãe foi 
 Entregue a podridão oculta.   
 Eu continuo, e denuncio o lixo do crime organizado que 
 Desorganiza a sociedade e destrói a estrutura das 
 Famílias e pais que em lágrimas sepultam seus jovens 
 Filhos que se alistaram no exército do horror. 
 A justiça injusta pune o justo, absolve o injusto, a 
 Policia é quem assalta e não prende ela mesma.   
 A paz tá falecida, a verdade é distorcida, 
 E a torcida organizada e uniformizada 
 Aplaude de pé o triunfo dos mundanos 
 Imundos do mundo. 
 Púlpitos corruptos, súditos do vilão da escuridão 
 Pervertem e invertem a caminhada em direção a luz e 
 Tentam apagar o que ainda permanece aceso.   
 Dia a dia o caráter do homem é deformado por ele mesmo 
 E não há ferramenta humana que conserte o defeito. 
 Desde o éden os passos do homem se perdem diante de um 
 Caminho que é reto, plano e pra cima. 
 Eu continuo, não golpeando o ar, lutando em vão, 
 Correndo em círculo, gritando ao léu. 
 Sendo flecha que o arqueiro lança pra acertar alvos 
 Vivos, reféns da morte, corações de ferro que pulsão 
 Óleo, mentes povoadas por cifrões, pelo poder, ser e ter.   
 Mas talvez um dia olhos que já viram quase tudo vão 
 Querer ver o invisível, ouvidos ouvir o inaudível, 
 Corações sentirem o insensível alcançar o 
 Inalcançável e poderem o impossível. 
 E que essa hora chegue cedo pra poucos e não tarde pra 
 Muitos, mesmo sendo pra todos.   
 No ringue mundo se eu não lutar com as armas com os 
 Padrões do alto, aqui em baixo eu morro no primeiro 
 Round nocauteado. 
 Luto com um adversário forte que às vezes tenta me 
 Derrubar com golpes internos, mais persevero, me 
 Esquivo e às vezes me venço.   
 Eu continuo, abraço a causa de um herói que por mim 
 Venceu a morte morrendo sem matar ninguém, que na 
 Verdade vive, sempre viveu e viverá sempre.   
 A vida através de mim clama com voz de amor; eu vim 
 Para que vivam e não pouco. 
 Mais, atraídos por aquele que rouba, mata e destrói 
 São tragados como fumaça. 
 Se ouve em todo lugar; eu sou o caminho, mais se 
 Perdem nos atalhos desse mundo.   
 Há verdade, mais a mentira os convencem. 
 Há vida mais a morte os matam. 
 Mais eu continuo, recusando o que aceitam, correndo 
 Contra o tempo, na contramão do trânsito, contra 
 Golpeando eu luto até o fim. 
 Perseverando em dizer; não na terra do sim, até o fim 
 Eu vou.