1. 1

    Ricardo Bergha - Um Dia Cantei Amores

  2. 2

    Ricardo Bergha - No Chaquaio do Pandeiro

  3. 3

    Ricardo Bergha - Vento Norte

  4. 4

    Ricardo Bergha - O Meu Santo Bebe Canha

  5. 5

    Ricardo Bergha - Vou Pintar o Último Gaucho

  6. 6

    Ricardo Bergha - Quando Saio a Cavalo

  7. 7

    Ricardo Bergha - Chinoca

  8. 8

    Ricardo Bergha - Tropeiros

  9. 9

    Ricardo Bergha - Uma Milonga e Mais Nada

  10. 10

    Ricardo Bergha - Despercebido

  11. 11

    Ricardo Bergha - Sete Cavalos

  12. 12

    Ricardo Bergha - Botando Um Pealo

  13. 13

    Ricardo Bergha - Guardiões de Tempo e Distância

  14. 14

    Ricardo Bergha - Parti

  15. 15

    Ricardo Bergha - Só e Tudo

  16. 16

    Ricardo Bergha - Alvorada de Saudade

  17. 17

    Ricardo Bergha - Bico de Carancho

  18. 18

    Ricardo Bergha - A Flor do Cabo da Faca

  19. 19

    Ricardo Bergha - Aqui As Sombras Mateiam

  20. 20

    Ricardo Bergha - Fiel

  21. 21

    Ricardo Bergha - Floreando

  22. 22

    Ricardo Bergha - Japecanga

  23. 23

    Ricardo Bergha - Jeito Simples de Domar

  24. 24

    Ricardo Bergha - Madrugada e Palanque

  25. 25

    Ricardo Bergha - Mais Lindo Que Um Sobre-Lombo

  26. 26

    Ricardo Bergha - Na Metade da Saudade

  27. 27

    Ricardo Bergha - O Doce do Mate

  28. 28

    Ricardo Bergha - Por Que Negar?

  29. 29

    Ricardo Bergha - Seu Timiano

  30. 30

    Ricardo Bergha - Terra Nos Olhos

Vou Pintar o Último Gaucho

Ricardo Bergha

Terá a alma dos homens
E a idade desses silêncios
O corpo, a pele dos campos
O livre olhar desses ventos
Será meu quadro crioulo
Na tela viva dos tempos

Vou pintar o último gaúcho
Com a tes antiga dos tantos
Com a tinta em cor cristalina
Dos olhos que guardam o pranto
Da lágrima dos meus olhos
Nos olhos claros do campo

Vou pitar o último gaúcho
Com a tinta da alma inteira
Nas mãos tingidas de barro
Do barro de uma mangueira
Da pedra moura, do índio
Da cruz, do tombo, da estrela
Da pedra moura, do índio
Da cruz, do tombo, da estrela
Da pedra moura, do índio
Da cruz, do tombo, da estrela

Vou pitar o último gaúcho
Pra ser luz onde cruzar
Tinta gris dos invernos
Nas geadas que viu passar
Na branca imagem das penas
Cardadas num chiripa
Vou pitar o último gaúcho
Pra ser luz onde cruzar
Pra ser luz onde cruzar

Vou pitar o último gaúcho
Com os silêncios que retoma
No fundo de uma invernada
Num touro que afia a guampa
Com a tinta, das tantas vozes
Que falam, sem ter idioma

Vou pitar o último gaúcho
Na flor do couro ou na cena
De um horizonte vestido
Com a tinta da Lua inteira
Que caiu na flor da aguada
Pra renascer nazarenas

Vou pitar o último gaúcho
Sem ter na pele uma cor
Com um Deus na prece dos olhos
E a tinta de um corredor
Céu despindo uma tapera
Onde habitava o amor
Céu despindo uma tapera
Onde habitava o amor
Vou pitar o último gaúcho
Sem ter na pele uma cor

Vou pitar o último gaúcho
Sombra de um tempo que vai
E leva a sombra do tempo
Angico e Inãdubay
Sombra do gaúcho que pinto
Benzido em nome do Pai
Vou pitar o último gaúcho
Benzido em nome do Pai
Sombra de um tempo que vai

Terá a alma dos homens
E a idade desses silêncios
Vou pintar o último gaúcho
Na tela viva dos tempos

Momentos

O melhor de 3 artistas combinados