Tenho tanto pra viver
Temo que o tempo não dá
Ando não quero correr
Canto pra poder cantar
Da calçada eu vejo tudo
Tenho fé na madrugada
Tive medo do futuro
Mas não tenho mais
Escuto uma canção que vem
Da sala de um segundo andar
De um sobrado antigo e rosa em Salvador
E o rastro é claro como um cheiro
Carregando um gambá
Que segue o aroma de um performe até encontrar
O seu desejo e chegando lá
Um feiticeiro gozador
Um mestre sala, um doutor
Um velho professor brasileiro
Quero ver milagres em qualquer lugar
Milagres vão nos perseguir ou tudo é um milagre?
Ou nada é
A minha fé não passa de um jeito de ver
E de encontrar
A minha espada, o meu eu, meu ar
Minha vida, minha estrada
De saudade eu morro nada
Tenho fé na madrugada
Não olho pra trás
Escuto uma canção que vem
Da sala de um segundo andar
De um sobrado antigo e rosa em Salvador
E o rastro é claro
E chegando lá
Um feiticeiro gozador
Um mestre sala, um doutor
Um velho professor brasileiro
Minha fé não passa de um jeito de olhar
Um jeito de realizar o que se imaginar
Um seu acervo