Fecho os olhos diante do espelho
Na sombra de um corredor vazio
Os padrões no teto riem
E a noite profunda, profunda, se aproxima
Os ponteiros do relógio caminham
O som do coração salta sem parar
Tento não me importar
Enquanto procuro a entrada para um sonho
Um mar de soda, estrelas de âmbar
Vamos mergulhar assim, de pijama
Se me cobrir com o futon, é guerra espacial
E, de repente, tudo desaparece sem deixar rastro
Os brinquedos quebrados do parquinho
E aquela criança com quem me despedi dizendo: Até logo
Parecem prestes a me deixar para trás
Então por hoje já é hora de dormir
Se amanhã estiver ensolarado
Será que poderei ir a qualquer lugar?
No céu azul sem fim
Que desenho eu faria?
A porta se abre lentamente
Uma voz suave me envolve
Será que perceberam que eu só fingia dormir?
Então por hoje já é hora de dormir
Não há nada a temer— dizem
Enquanto entrego meu coração trêmulo
A mão que me acaricia é fria
Mas o devaneio é quente e acolhedor