Domingo na praça
 
  
   
  Domingo como de costume o povo desceu pra praça
 
 de repente um puxa um punhal e o outro ri alto
 
 Mulheres correndo pros lados e os homens correndo pra ver
 
 Eles querem ver sangue no asfalto
  
 
 Zé negão foi peitado por um malandro pelo amor de Maria
 
 Maria nem se toca, não sabe de nenhum dos dois
 
 E ela passa na praça toda rebolado, toda anjo neguinha
 
 Toda graça, ave Maria!
  
 
 Maria não tem dono não é de ninguém
 
 Ninguém é de ninguém
 
 Sorte assim nesse mundo é pra quem tem
  
 
 Uma mulher histérica chama a policia, ela vem
 
 E senta na praça pra assistir de perto também
 
 Zé negão é um cabra destemido, não tem medo de policia 
 
 Não tem medo de bandido
 
 E o malandro é malandro de nascença, Zé negão sabe até o que ele pensa
 
 Zé negão já foi malandro também um dia
  
 
 Zé negão acha graça do malandro, e a polícia de fora só olhando 
 
 Quer saber até onde vai negão
 
 Mas negão fica só no esperado, não encara no peito um cabra armado:
 
 - solta esse punhal e vem de mão malandro!
 
 E o malandro insiste na peixeira e a policia então perde as estribeiras
 
 Pega e leva o malandro, deixa o Zé negão
  
 
 Zé negão fica sentado na praça esperando pra ver se ela passa
 
 E Maria não passa hoje mais não
  
 
 A polícia não tem dó de malandro: quando pega já leva pescossando
 
 Mete bota e joga em correção
 
 Zé negão sabe que a raiva é cachaça, amanhã de manhã a raiva passa e o 
 
 malandro não volta um outro dia
 
 Zé negão fica sentado na praça esperando pra ver aquela graça e sonhando ter o 
 
 amor de Maria...