Conto os centavos no meu bolso
Pra comprar cigarro solto
Nessa noite sem luar
Caminhando àquela avenida
Onde a moça suicida
Atravessa sem olhar
Topo seu brilhante na calçada
Que ela vem desesperada
Tateando me encontrar
Sem notar a Kombi se aproxima
Mas desvia da menina
Que me abraça sem pensar
Não vá
De repente
Não vá
Simplesmente
Não vá
Não me deixe aqui
Não vá
De repente
Não vá
Que essa gente
Não tá
Não tá nem aí
Conto os cascos em cima da pia
Tão vazios da alegria
Que ainda ontem fui buscar
Retornável cruzo a avenida
Que naquela padaria
Sempre pedem pra eu voltar
Vejo o moço do cigarro solto
Vez em quando mão no bolso
Ele vem se passear
Perco um brinco e a Kombi me buzina
Ouço, um frio na barriga
Antes nele me enroscar
Não vá
De repente
Não vá
Simplesmente
Não vá
Não me deixe aqui
Não vá
De repente
Não vá
Que essa gente
Não tá
Não tá nem aí