Sou vaqueiro nordestino
Aprendi desde menino
Essa é minha profissão
Já andei de sul ao norte
Já dei tombo em gado forte
A pedido do patrão
Nessa vida de vaqueiro
Dei carreira em boi ligeiro
No cerrado e no mourão
No lugar onde eu chegava
O boi na faixa eu botava
Então era campeão
Se tinha uma pega de gado
Eu chegava encourado
E pegava o boi de mão
Andava de peito aberto
Eu sabia o que era certo
Nunca tive uma paixão
Um dia eu fui convidado
Pra pegar um touro bravo
Na fazenda de um doutor
Quando eu cheguei na fazenda
Avistei uma morena
Meu coração palpitou
Ela ficou me olhando
Eu já fui logo notando
Que eu estava enfeitiçado
Daquele dia pra cá
Não paro mais de lembrar
Eu estou apaixonado
Só que essa linda flor
É a filha do doutor
Sinto muito em dizer
Pelo fato de eu ser pobre
A sua família é nobre
Nunca vai me pertencer
Tô vivendo uma agonia
Tô chorando noite e dia
O que é que vou fazer?
A tristeza sempre sobra
Estou jogado com as cordas
Comecei até beber
Um amigo me encontrou
Em um bar e me falou
O que tá fazendo aqui?
Então respondi chorando
Meu amigo, estou gostando
De quem não serve pra mim
Minha vida não tem graça
Já dormi até na praça
Sonhando com essa morena
Não domino o coração
Essa maldita paixão
Que de mim não teve pena
Vou deixar essa fazenda
Deixar a sela e a tenda
E o cavalo bom de gado
Vou viver em outro canto
Onde eu não derrame pranto
E esqueça do passado
Vou viver em outro canto
Onde eu não derrame pranto
E esqueça do passado