Tenho tanto pra te dar
 
 e morro de sede em alto mar
 
 do meu amor,
 
 feito barco à vela sem o vento
 
 vivo e morro aos poucos o tormento 
 
 de te amar.
 
  
  Invejo o sol nos braços do horizontes
 
 a lua tímida atrás dos montes
 
 a esperar
 
 cada estrela que irá surgir
 
 como vaga-lumes por aí
 
 a te iluminar.
  
 
 Enquanto o bru da solidão 
 
 embrulha a dor do meu coração
 
 por não te ter,
 
 sou pescador de fantasias
 
 recolhendo a rede sempre vazia
 
 do teu olhar.
  
 
 Retorno ao cais na madrugada
 
 barco vazio e alma cansada de te esperar.
 
 No outro dia segue a rotina
 
 imensidão azul enche a retina
 
 me faz chorar.