Eu vim da quebra marginalizada
Mais cheia de vida
Eu sou favela, eu sou Belladona
E nada me intimida
Desprezo a quem te humilha
Pra quem sofreu na ilha
Com a infância dividida
Ninguém tem uma saída real
Se quer saber a real
Ninguém tem uma saída real
Se quer saber a real
Ninguém tem uma saída real
Não me notaram, mas eu tava ali na quina
Depois do pôr do sol, antes da cinco da matina
Sem sorte na neblina, inocente menina
Era louca, meio tímida, mas de acordo com o clima
Apaixonada por perigo, onde as ruas ditam regras
Aprendi que ser mulher não dá pra esperar uma trégua
O mundo te devora
Mesmo se cê não entrega
Os que não aguentam choram
Os que não enfrentam a rua gela
A menina dos olhos das ruas de terra
Que não teve medo do risco
Eu tava no corre, mas pra ser sincero
Eu corri muito mais do que preciso
Não se trata de vício, nem
É que a vida é difícil bem
Contando as notas, com aquela revolta
Que nunca me fez de refém
Eu vim da quebra marginalizada
Mais cheia de vida
Eu sou favela, eu sou Belladona
E nada me intimida
Desprezo a quem te humilha
Pra quem sofreu na ilha
Com a infância dividida
Ninguém tem uma saída real
Se quer saber a real
Ninguém tem uma saída real
Se quer saber a real
Ninguém tem uma saída real
Saudade de casa, dormindo acordada
Vivendo a real do meu sonho
Com os olhos em brasas, descendo a quebrada
Ganhando a responsa do plano
Foram várias noites sem sono
Deixei logo esse mundo insano
Vi algumas meninas de vida, sofrida
Que se perderam no engano
Nada me intimida, não
E nem largo essa vida, não
Mesmo sem saída, eu fui a saída, sem direção
Mas reconheço o meu lugar
Belladona, atrevida
A menina que veio da lama
Mas é dona, decidida
As ruas tem malícia
Embaixo desses edifícios
Vivo cada grau de perigo, então não pergunta
Porque eu me arrisco
Eu vim da quebra marginalizada
Mais cheia de vida
Eu sou favela, eu sou Belladona
E nada me intimida
Desprezo a quem te humilha
Pra quem sofreu na ilha
Com a infância dividida
Ninguém tem uma saída real
Se quer saber a real
Ninguém tem uma saída real
Se quer saber a real
Ninguém tem uma saída real
