Lá Vai São José

Paulinho Dagomé

Lá vai São José, levando sua mulher
E um jumentinho já velho
Deixou o seu torrão, rendeu o coração
À força do evangelho...

Enquanto isso eu perco o senso e a direção
Em trilhas quase esquecidas do meu coração...

Se tento ser quase um soldado
Sou bêbado como Noé!
Mirando espelhos tão quebrados quanto a minha fé!

E olha lá Davi, tocando aqui e ali
As ovelhinhas de Jessé...
Mas para ser rei, deixou a antiga grei!
Matou gigantes por Javeh!

Enquanto isso o absurdo é minha lei!
Pois quase sempre sou quase sempre o que não sei...

Eu perco peso, eu perco sono,
E a filha de Jefté
Morreu tão virgem quanto a minha chance de vencer!

E olhem Daniel a desnudar o véu
De babilônicas místicas!
Faz sua oração e achou no coração
Lógica na metafísica!

Mas eu me ocupo do corpo e culpo a situação
Por meus temores na noite escura! Treva e trovão!

Meu pulso pesa, o pé vacila
E a natural timidez
Me prende a voz, me turva a vista e eu perco a vez...

E lá vai Jesus, nas ruas de Jebus
Como quem sabe o caminho...
Ao servo e ao capataz, lições de amor e paz
A dor e os seus descaminhos...

Eu nem me enxergo no túnel onde a luz sumiu!
Esmurro a ponta da lança que teu peito abriu!

Eu quase sempre... Ás vezes... Nunca!
De vez em quando... Talvez...
Creia que haja uma saída pra essa insensatez!

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