Ego Esmagado

Paulo Pinheiro

Ego esmagado
Pulsar impulsionado
Covardia vadia
Preço opressor de ser mero expectador
Da sua própria história

Não há culpa ou acidentes
Sobram sobreviventes
Impotência? Desconfiança?
Afinal o quê?

Rito irritante
Reprise aprisionante
Vassalagem da imagem
Pernas para o ar, negligente despertar
Da sonolenta memória

No escuro não há estrada
Fúria enclausurada
Inexato? Desconhecido?
Como se saber?

Enxergar a luz do início do túnel
Do beiral do precipício saltar
Debruçar-se sobre as próprias ideias
Descobrir-se o ego, o próprio lugar

Medo de mudança
Segura insegurança
Alter ego de cego
Fuga do poder pra ficar e descrever
A sua falsa vitória

Das feridas do seu limite
Sangra a dinamite
Quando o ego gritar da alma
Hora de voar

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