1. 1

    Capicua - Medo do Medo

  2. 2

    Capicua - Casa No Campo

  3. 3

    Capicua - Os Heróis

  4. 4

    Capicua - Sereia Louca

  5. 5

    Capicua - A Mulher do Cacilheiro

  6. 6

    Capicua - Madrepérola

  7. 7

    Capicua - Amigos Imaginarios

  8. 8

    Capicua - 7 Dias

  9. 9

    Capicua - Hora Certa

  10. 10

    Capicua - Luas

  11. 11

    Capicua - Jugular

  12. 12

    Capicua - Alfazema

  13. 13

    Capicua - Líquida

  14. 14

    Capicua - Planetário

  15. 15

    Capicua - Lupa

  16. 16

    Capicua - Soldadinho (ft. Gisela João)

  17. 17

    Capicua - Domingo

  18. 18

    Capicua - Judas & Dalilas (ft. Nerve)

  19. 19

    Capicua - Lenga

  20. 20

    Capicua - Tabu

  21. 21

    Capicua - Vinho Velho

  22. 22

    Capicua - Sagitário (onde Estás?)

Líquida

Capicua

Eu uno e separo todas as margens do mundo
Inundo tudo, mergulho fundo
E quando me encolho junto mundos afastados
Empurro cascos de paquetes e barcos de escravos
Eu finto as redes do arrasto
Porque passo nos buracos e evaporo no espaço
Eu é que te lavo enquanto me sujas

Como cristalina e pura e volto turva e imunda
Até me fazerem espuma
E desabar de nuvem em chuva
Baptizo cristãos, engulo corpos na morte
Lavo a sua carne e dou as cinzas à sorte
Sou forte, faço mover os moinhos
E no meu umbigo moram monstros marinhos
Sou de todos e assumo qualquer forma
Sem cor, sem sabor, inodora

Sou líquida, e nasci para ser livre
Não há vidro que me prive, nem o céu é o limite
Sou líquida, sou a seiva do teu corpo
Severa em maremoto, serena numa gota
Sou líquida, e nasci para ser livre
Não há vidro que me prive, nem o céu é o limite
Sou líquida, sou a seiva do teu corpo
Severa em maremoto, serena numa gota
Líquida...

Dou de beber à terra, dou vida, dou pesca, dou rega
E por mim haverá guerra
Se me quiserem presa, se me fizerem escassa
Se o meu corpo não chega para a vossa festança
Serei uma ameaça, darei luta
Enquanto for engarrafada, vendida, poluta
Pela puta da indústria que me suja
E que depois me quer privada me rotula, sua

Por mim caminham as mulheres do pé descalço
Que me distancia quem as vê do outro lado
E o deserto, tão perto, tão certo, tão vasto
A obra-prima do homem civilizado
Faz a mesma falta o iate a jangada
Ao pirata, à criada, ao diplomata
Mas a sede não mata na corte e na cobata
Com a mesma força, e a mesma faca

Sou líquida, e nasci para ser livre
Não há vidro que me prive, nem o céu é o limite
Sou líquida, sou a seiva do teu corpo
Severa em maremoto, serena numa gota
Sou líquida, e nasci para ser livre
Não há vidro que me prive, nem o céu é o limite
Sou líquida, sou a seiva do teu corpo
Severa em maremoto, serena numa gota
Líquida

Azul do planeta azul, dá o sal e a pimenta
O sul é o cabo da tormenta
E na barca do inferno bebo um shot de água benta
Só porque a sede é ciumenta
E quero matar mais do que a fome e a doença
Azul do planeta azul, dá açúcar e canela
O sul é o fundo da panela
E na caravela bebo um gole de aguardente
Só pra que a gente não se lembre
Que o império já matou mais do que a sede

Sou líquida, e nasci para ser livre
Não há vidro que me prive, nem o céu é o limite
Sou líquida, sou a seiva do teu corpo
Severa em maremoto, serena numa gota
Sou líquida, e nasci para ser livre
Não há vidro que me prive, nem o céu é o limite
Sou líquida, sou a seiva do teu corpo
Severa em maremoto, serena numa gota

Líquida... E nasci para ser livre
Não há vidro que me prive, nem o céu é o limite
Sou líquida, sou a seiva do teu corpo
Severa em maremoto, serena numa gota
Sou líquida, e nasci para ser livre
Não há vidro que me prive, nem o céu é o limite
Sou líquida, sou a seiva do teu corpo
Severa em maremoto, serena numa gota
Líquida...

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