Flor do Asfalto

Castro Barbosa

Deixou-me a flor do asfalto, abandonado
Nesta ansiedade louca do desejo!
Que é o sequioso amor do viciado
No veneno rubro e quente do seu beijo!

Recordo às seis da tarde, o aperitivo
Depois, jantar, cinema, a vida ao léu
À noite, ela dolente, eu emotivo
E um romance de amor no arranha-céu!

No apartamento, agora em abandono
Vejo uma antoce que ela não quis!
Só para sonhar de amor, não tenho sono
E a gente nunca sabe se é feliz!

Que imensa a mágoa e que tristeza em tudo
E é assim, é só, sentir desolação!
Meu telefone agora vive mudo
E o dela sempre em comunicação!

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