Assim no Osso do Peito

Cristiano Fantinel

Chapéu meio ladeado, trancão de enfrenta repecho
As "vez" um calor danado, noutras frio de bater queixo
Potreiro, canto de cerca, com calma enfrena a gatiada
E num upa alça a perna pra encerrar a cavalhada

Peonada verde de mate, conforme a hora, isso é certo
Cambona longe do fogo, um perro sempre por perto
Qualquer cosa é logo ali mesmo sendo uma lonjura
E os campos do patrão, vão até uma certa altura

Indiada sem cerimônia
Comem com o prato na mão
Gente simples, sem floreio
E um baita coração
São homens de compromisso
Depois de dito, tá feito
E vão topando os desafios
Assim no osso do peito

O dia é bem tocado e quase sempre a lida aperta
Mas ninguém faz cara feia isso é a coisa mais certa
Trabalham dando risada, com confiança e fé em deus
Do alheio nunca se sabe, cada um cuida dos seus

Esses homens de bom censo não são de arrar o pealo
Vestem uma pilcha com gosto e andam bem a cavalo
Nunca se negam pra nada, seja festança ou serviço
E antes de passar a adiante costumam pedir permiso

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