- 1
Vicente Celestino - O Ébrio
- 2
Carlos Galhardo - Fascinação
- 3
Noite Ilustrada - Toalha De Mesa / Idade De Fazer Bobagem / Marina / Balada nº 7 / O Neguinho E A Senhorita / Volta Por Cima
- 4
Adelino Moreira - A Volta do Boêmio (boemia)
- 5
Isaurinha Garcia - Mensagem
- 6
Pedro Barroso - Menina Dos Olhos de Água
- 7
Francisco Alves - Pula a Fogueira
- 8
Vitorino - Menina Estás À Janela
- 9
Anísio Silva - Alguém Me Disse
- 10
Roberto Muller - Entre Espumas
- 11
Manuel Freire - Pedra Filosofal
- 12
Banda Anos 60 - Banho de lua
- 13
Agnaldo Timóteo - Mãezinha Querida
- 14
Dalva de Oliveira - Canção do Marinheiro (Cisne Branco)
- 15
Ataulfo Alves - Meus Tempos de Criança
- 16
Francisco Petrônio - O Amor Mais Puro
- 17
Trio Irakitan - Andorinha Preta
- 18
Augusto Calheiros - Ave Maria
- 19
Raul Gil - Lonas Azuis
- 20
Nora Ney - Ninguém Me Ama
- 21
Lamartine Babo - Hino do Vasco da Gama
- 22
Silvio Caldas - Chão de Estrelas
- 23
Ângela Maria e Agnaldo Timóteo - Rainha Do Lar
- 24
Fabrizio De André - Bocca Di Rosa
- 25
Emilinha Borba - Marcha do Remador
- 26
Carlos Galhardo - Meus Oito Anos
- 27
Carlos Galhardo - Mãezinha Querida
- 28
Noite Ilustrada - O Neguinho e a Senhorita
- 29
Noite Ilustrada - Idade De Fazer Bobagem
- 30
Vicente Celestino - Flor do mal
- 31
Vitorino - Queda do Império
- 32
Vitorino - Maria da Fonte
- 33
Francisco Alves - Aquarela do Brasil
- 34
Francisco Alves - Maria Helena
- 35
Dalva de Oliveira - Ai Ioiô (Linda Flor)
- 36
Dalva de Oliveira - As Pastorinhas
- 37
Ataulfo Alves - Ai Que Saudades da Amélia
- 38
Ataulfo Alves - Atire a Primeira Pedra
- 39
Francisco Petrônio - Quem Sabe
- 40
Agnaldo Timóteo - Mamãe
- 41
Agnaldo Timóteo - A Casa do Sol Nascente
- 42
Silvio Caldas - Casinha Pequenina
- 43
Silvio Caldas - Noite Cheia de Estrelas
- 44
Lamartine Babo - Hino do Botafogo
- 45
Agnaldo Timóteo - Obrigado Mãe
- 46
Dalva de Oliveira - Bandeira Branca
- 47
Francisco Petrônio - Valsa da despedida
- 48
Lamartine Babo - Chegou a Hora da Fogueira
- 49
Vicente Celestino - Mia Gioconda
- 50
Vicente Celestino - Porta Aberta
- 51
Agnaldo Timóteo - Mamãe Estou Tão Feliz (Mamma)
- 52
Dalva de Oliveira - Pedro, Antônio e João
- 53
Lamartine Babo - Vaca Amarela
- 54
Lamartine Babo - Serra da Boa Esperança
- 55
Vicente Celestino - Coração Materno
O Ébrio
Vicente Celestino
Fui cantor
Ainda pequeno levaram-me para uma escola de canto
O meu nome, pouco a pouco, foi crescendo, crescendo
Até chegar aos píncaros da glória
Durante a minha trajetória artística tive vários amores
Todas elas juravam-me amor eterno
Mas acabavam fugindo com outros
Deixando-me a saudade e a dor
Uma noite, quando eu cantava a Tosca
Uma jovem da primeira fila atirou-me uma flor
Essa jovem veio a ser mais tarde a minha legítima esposa
Um dia, quando eu cantava A Força do Destino
Ela fugiu com outro, deixando-me uma carta, e na carta um adeus
Não pude mais cantar
Mais tarde, lembrei-me que ela, contudo
Me havia deixado um pedacinho de seu eu: A minha filha
Uma pequenina boneca de carne que eu tinha o dever de educar
Voltei novamente a cantar mas só por amor à minha filha
Eduquei-a, fez-se moça, bonita
E uma noite, quando eu cantava ainda mais uma vez A Força do Destino
Deus levou a minha filha para nunca mais voltar
Daí pra cá eu fui caindo, caindo
Passando dos teatros de alta categoria para os de mais baixa
Até que acabei por levar uma vaia cantando em pleno picadeiro de um circo
Nunca mais fui nada
Nada, não!
Hoje, porque bebo a fim de esquecer a minha desventura, chamam-me ébrio
Ébrio
Tornei-me um ébrio na bebida, busco esquecer
Aquela ingrata que eu amava e que me abandonou
Apedrejado pelas ruas vivo a sofrer
Não tenho lar e nem parentes, tudo terminou
Só nas tabernas é que encontro meu abrigo
Cada colega de infortúnio é um grande amigo
Que embora tenham, como eu, seus sofrimentos
Me aconselham e aliviam os meus tormentos
Já fui feliz e recebido com nobreza até
Nadava em ouro e tinha alcova de cetim
E a cada passo um grande amigo que depunha fé
E nos parentes... Confiava, sim!
E hoje ao ver-me na miséria, tudo vejo então
O falso lar que amava e que a chorar deixei
Cada parente, cada amigo, era um ladrão
Me abandonaram e roubaram o que amei
Falsos amigos, eu vos peço, imploro a chorar
Quando eu morrer, à minha campa nenhuma inscrição
Deixai que os vermes pouco a pouco venham terminar
Este ébrio triste, este triste coração
Quero somente que na campa em que eu repousar
Os ébrios loucos como eu venham depositar
Os seus segredos ao meu derradeiro abrigo
E suas lágrimas de dor ao peito amigo