1. 1

    Guto Gonzalez - Olhos de Tigra

  2. 2

    Guto Gonzalez - No Invernadão Das Poliangas

  3. 3

    Guto Gonzalez - Encomendando Um Bucal

  4. 4

    Guto Gonzalez - No Dente Dos Ovelheiros

  5. 5

    Guto Gonzalez - Ao Cavalo Crioulo

  6. 6

    Guto Gonzalez - El Día de Yerra

  7. 7

    Guto Gonzalez - Eu e o Campo

  8. 8

    Guto Gonzalez - Milonga Dos Ancestrais

  9. 9

    Guto Gonzalez - Aquarela Aporreada

  10. 10

    Guto Gonzalez - Crenças de Antigamente

  11. 11

    Guto Gonzalez - Das Baldas Dum Baio Ruano

  12. 12

    Guto Gonzalez - Domero Livre Na Pampa

  13. 13

    Guto Gonzalez - A Cerca e a Cruz

  14. 14

    Guto Gonzalez - Bem Antes da Hora

  15. 15

    Guto Gonzalez - Coplas Pra Uma Safra de Esquila

  16. 16

    Guto Gonzalez - Dois Luzeiros

  17. 17

    Guto Gonzalez - Escola de Andarilho

  18. 18

    Guto Gonzalez - Feiticeira

  19. 19

    Guto Gonzalez - Filosofia de Taura

  20. 20

    Guto Gonzalez - Final de Esquila

  21. 21

    Guto Gonzalez - Senhor do Arreio

  22. 22

    Guto Gonzalez - Aguaceiro

  23. 23

    Guto Gonzalez - Canto Terra

  24. 24

    Guto Gonzalez - De Novo Larguei Pra Vila

  25. 25

    Guto Gonzalez - De Porteira Escancarada (Abigeatário da Vila)

  26. 26

    Guto Gonzalez - Dos Afastados do Mundo

  27. 27

    Guto Gonzalez - General Galo Lisário

  28. 28

    Guto Gonzalez - Na Casa dos Amarante

  29. 29

    Guto Gonzalez - No Mais Crioulo Sentido

  30. 30

    Guto Gonzalez - Ofício Posteiro

  31. 31

    Guto Gonzalez - Pra Carregar a Querência

  32. 32

    Guto Gonzalez - Quando a Canha Bebeu (Romance do Osmar Louco)

  33. 33

    Guto Gonzalez - Quando Escapou Meu Pealo

  34. 34

    Guto Gonzalez - Temporona São Miguel

Milonga Dos Ancestrais

Guto Gonzalez

Afino as cordas do pinho nesta milonga campeira
Mais xucra que uma tronqueira curtida pelos baguais
Canto sangues ancestrais de onde brotou o rio grande
Enquanto a alma comande meu canto não para mais
É a voz dos pais de meus pais que escuto por onde ande

Há Guaranis cor de bronze do passado de onde venho
Raízes do antigo lenho de onde brotou rama e flor
Há o sangue conquistador de lusos e de espanhóis
Luzindo como faróis em nossa origem terrunha
Avoengas testemunhas timbradas de Lua e sóis

Meu candeeiro é luz de ouro, o lunar do índio sepé
Aquele que pôs de pé as catedrais missioneiras
Venho de Pinto Bandeira, de Bento e de Canabarro
E se mais longe me esbarro venho de Borges do Canto
Do rancho que hoje levanto esteios, quinchas e barro

Meu bisavô levantou-se de lança em punho enristada
Na sesmaria estirada nos quatro pontos cardeais
Foi bagual entre os baguais, foi pedra em picos de serra
Plantou estância na terra regadas com seu suor
Na paz campeiro e pastor e um tigre em tempos de guerra

Monto fletes que são crias das tropilhas chimarronas
Que eram senhoras e donas da terra quando em divisa
E meu passo quando pisa campos e flores e trevais
Vai pro rastro ancestrais que ergueram o mesmo repique
Os ranchos de pau a pique e os sinos das catedrais

Venho de longe no tempo, muito embora os tempos novos
Sou cria dos sete povos, sou índio branco e mestiço
E talvez seja por isso que quando a noite se alonga
Sou Urutau e Araponga, João de Barro e Siriema
No sangue feito poema de um bordonear de milonga

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